quarta-feira, 30 de junho de 2010

As saudades que eu já tinha da conversa do tó oliveirinha

Olá! Eu sou um rapaz já antigo nestas andanças pela blogosfera, pelo que não vejo necessidade de grandes cerimónias de apresentação.
Digamos que meti férias há cerca de um ano e meio mas as saudades foram mais fortes e fizeram-me regressar a um meio onde já fui muito feliz (não comecem já a inventar. Não, não sou o Zé Carlos Malato) e se o faço com outra identidade e outro blogue, o estilo editorial (agora até parecia um chefe de redacção, digam lá que não...) vai ser o mesmo de sempre: falar de tudo, dizer mal de todos mas sempre com a superficialidade que é, desde 2005, o meu cartão de visita como blogger. Afinal, como bom português que sou, até ficava mal dizer alguma coisa mais relevante do que a simples baboseira.
Feitas as apresentações, vamos então ao que me trouxe aqui hoje: a selecção e os seus legítimos representantes.
Meu Deus, como eu já tinha saudades destas polémicas infrutíferas, dos desabafos a quente, das desculpas com a arbitragem... acho que a única inovação do Queiroz foi trazer para o debate uma coisa que parece ser-lhe muito querida: a formação de jogadores.

- Vocês (jornalistas) têm ideia de quanto se gasta em França, com a formação de jogadores?
- Ó professor, eu preferia falar de quanto a França gasta em educação, creches, lares decentes para idosos, saúde...
- O professor tem a noção de quantos meses um velho espera por uma operação às cataratas? Chegam a morrer, os filhos da puta dos velhos, sem nunca terem visto o bisturi.
- Por acaso imagina quanto custa, a um casal com salários de 500€, manter um filho numa creche manhosa, onde os putos são tratados como couves?
- E essa de a selecção não ter um campo de jeito para treinar, então, é de deixar qualquer português de lágrima ao canto do olho.
Porque é que o professor não pergunta ao Scolari? Ele treinou a selecção e obteve resultados fabulosos para um país pouco mais do que do Terceiro Mundo, por isso era capaz de lhe dizer onde se encontram campos jeitosos para treinar esses vagabundos, que ganham por dia (e só estou a falar dos dias ao serviço da selecção) o dobro do que um operário ganha por mês, a vergar a mola o dia todo.
Confesso que já tinha saudades deste tipo de argumento. Parecendo que não, já se passaram oito anos desde o Coreia-Japão-2002 e a minha cabeça já não é o que era. Foi preciso o professor começar a falar das arbitragens, os jogadores começarem a "desbroncar-se" no fim do desastre, toda a gente a atirar culpas para o vizinho... para acabar tudo como nos tempos do tó oliveirinha, de má memória, só falta, mais logo, à chegada, cada um desembarcar no aeroporto que lhe der mais jeito e o professor pegar numa muleta e começar a querer bater nos jornalistas que façam perguntas mais incómodas.
Ah, ainda falta outra coisa: A brigada do reumático que compõe a direcção da FPF vir dizer que está tudo bem e que o professor é o treinador da selecção, porque aí vamos ficar com a certeza do que o mister está de malas aviadas para ir até às Arábias, treinar o "Conamaím Futebol Club" ou, quiçá, regressar ao seu emprego como adjunto no Manchester, de onde nunca deveria ter saído, para seu e nosso bem.
Arre foda-se, professor, que isto com o Scolari foram tempos de monotonia de dar sono.